Fernando Zambori, de 20 anos, morreu atropelado em frente a uma casa noturna na Zona Sul de São Paulo em 13 de agosto de 2022. O motorista Gustavo dos Santos Soares, responsável pelo atropelamento, teve seu pedido de prisão revogado duas vezes e permanece em liberdade sob medidas cautelares.
A primeira audiência do caso foi marcada pela Justiça para esta segunda-feira (10), no Fórum da Barra Funda, às 13h. Maurício Zambori, pai de Fernando, e sua família buscam justiça pelo ocorrido.
“Quase dois anos se passaram desde o assassinato do nosso filho. É insuportável lidar com o luto diariamente, ainda mais tendo que cuidar de tudo que envolve a tragédia,” desabafou Maurício ao g1. Ele acrescenta que a família deseja justiça, enfatizando a necessidade de uma sociedade justa e correta.
Fernando foi atropelado ao sair de um estacionamento em frente a uma casa noturna no Itaim Bibi, Zona Sul de São Paulo. O laudo do Instituto Médico Legal apontou traumatismo craniano grave como causa da morte. Segundo o boletim de ocorrência, um amigo que estava com Fernando relatou à polícia que o motorista da Land Rover Velar, sem placas, começou a ofendê-los. Fernando desceu do carro para conversar com o motorista e foi atropelado. Uma câmera de segurança registrou o momento do atropelamento.
Gustavo dos Santos Soares fugiu do local, mas foi identificado após a casa noturna fornecer as imagens de segurança. Sua prisão temporária foi decretada, mas a Justiça a considerou desnecessária em 8 de setembro de 2022, substituindo-a por medidas cautelares, como não sair de São Paulo por mais de 8 dias sem avisar a Justiça e não se aproximar das testemunhas.
A prisão preventiva de Gustavo foi solicitada, mas negada pela Justiça em 4 de outubro de 2022, devido ao cumprimento das medidas cautelares.
Uma jovem que estava no carro com Gustavo relatou à polícia que ele havia bebido uísque antes de oferecer-lhe uma carona. No estacionamento, Gustavo pediu que meninos que vendiam bala solicitassem a remoção de um carro do caminho. Após um desentendimento, Gustavo teria acelerado e atingido Fernando. A testemunha não pôde confirmar se houve intenção de atropelar ou assustar a vítima. Gustavo, após o incidente, teria minimizado o ocorrido.
Em 2023, a família e amigos de Fernando se mobilizaram diariamente por 15 dias, de 15 de agosto a 3 de setembro, para pedir justiça. As manifestações ocorreram em vários pontos de São Paulo, como a Ponte da Freguesia do Ó, Avenida do Anastácio, Avenida Paulista, Ponte do Piqueri, Avenida Francisco Matarazzo e Cidade Universitária. A primeira audiência foi adiada na época devido a uma manutenção no Fórum da Barra Funda.