Briga entre Deputados Estaduais na Assembleia Legislativa da Bahia
Uma confusão marcou a sessão da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) na tarde desta terça-feira (18). Durante a sessão, deputados estaduais trocaram xingamentos e ofensas, culminando em um empurrão de um parlamentar contra outro.
O conflito começou após um discurso da deputada Olívia Santana (PCdoB) contra o “PL do Aborto”, em tramitação na Câmara dos Deputados. Olívia destacou a relação do projeto com o grupo bolsonarista, o que levou o deputado Diego Castro (PL) a solicitar a retirada das declarações dos registros oficiais. Apesar do pedido de Castro não ser atendido, ele continuou a discutir, o que intensificou a briga entre os parlamentares.
Imagens da sessão mostram uma discussão acalorada, com gritos e dedos apontados. Em certo momento, o deputado Marcelino Galo (PT) empurrou Diego Castro. Seguranças foram chamados para intervir e separar os envolvidos.
Reações dos Deputados
Em nota, Diego Castro afirmou que Olívia associou o “bolsonarismo com estupro”, o que gerou a reação dos políticos ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele destacou o empurrão que sofreu e criticou o Partido dos Trabalhadores por partir para agressões físicas. Castro mencionou que pretende acionar o Conselho de Ética da Assembleia.
Leandro de Jesus, que apoiou Castro durante a briga, afirmou em entrevista ao g1 que os governistas se irritaram durante seu discurso sobre a violência na Bahia, trazendo à tona o PL do Aborto. Ele reclamou que Olívia Santana os associou a casos de estupro e afirmou que também foi alvo de empurrões, embora não tenha identificado quem o agrediu.
Olívia Santana, em resposta ao portal, defendeu seu direito de abordar o projeto de lei na Alba e confirmou a associação do texto a parlamentares bolsonaristas. Ela acusou Diego Castro e Leandro de Jesus de avançarem contra ela com xingamentos e afirmou que seus aliados precisaram intervir para contê-los. Olívia disse que está enviando um requerimento para que a Mesa Diretora tome providências.
O que propõe o ‘PL do Aborto’
O Projeto de Lei 1904/24 propõe tratar como homicídio o aborto realizado a partir da 22ª semana de gestação, mesmo em casos de estupro. Se aprovado, mulheres vítimas de violência sexual poderão enfrentar penas de seis a 20 anos de prisão, maior do que a pena para estupradores, que é de seis a dez anos. O projeto gerou grande controvérsia e protestos pelo país, perdendo força na Câmara dos Deputados.