Defesa Civil trabalha no resgate da população. Em maio deste ano, mais de 90% do município foi inundado, tirando 40 mil pessoas de suas casas.
Moradores de Eldorado do Sul, na Região Metropolitana de Porto Alegre, voltaram a sair de casa entre a noite de domingo (23) e a manhã desta segunda-feira (24), após ruas dos bairros Sans Souci, Itaí e Sol Nascente inundarem. Até a última atualização desta reportagem, chegava a 60 o número de pessoas que precisaram sair de casa e que foram resgatadas, de acordo com a Defesa Civil.
O nível do lago Guaíba subiu 23 centímetros em 11 horas. O Rio Jacuí está em 4,63 metros, conforme a Defesa Civil do município. A cota de alerta é de 5 metros, e a de inundação, de 6 metros.
A oscilação se dá em razão da chuva que atingiu a região no final de semana e também do vento forte que sopra nas direções Sul e Sudeste, represando a água.
Conforme a Defesa Civil municipal, a população que reside nesses três bairros, que são áreas de risco, devem buscar abrigo em um prédio público na cidade de Guaíba, que leva o nome de Solon Tavares, onde funciona a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS). Também é possível buscar acolhimento no Centro da cidade de Eldorado do Sul, mas a recomendação mais segura é para ir até Guaíba.
Equipes da Defesa Civil têm circulado pela cidade em carros para ajudar no resgate de pessoas que precisem de ajuda.
“A água vem e retorna. Não dá trégua para gente. Esse lugar aqui, Dom Feliciano e Antenor Pereira, é o que mais sofre. É por onde a água entra, mas a limpeza começou pelo Centro, fomos esquecidos. O que é que vai acontecer? [A água] vai acabar espalhando essa sujeira e levando para as rua limpas”, diz Marcelo Buenos, que trabalha como promotor de vendas.
Em maio deste ano, mais de 90% do município foi inundado pelas águas que vieram do Rio Jacuí e desceram para o Lago Guaíba. Mais de 40 mil habitantes tiveram que deixar suas casas. O estado foi atingido por fortes cheias após um período intenso de chuvas, entre o fim de abril e início de maio.
Em caso de emergência, o poder público orienta a população a entrar em contato pelos telefones 190, 193 ou 199.
A Defesa Civil do Rio Grande do Sul registrou 177 óbitos em razão da catástrofe ambiental que assola o estado desde o final de abril. Há 37 pessoas desaparecidas. Mais de 800 pessoas ficaram feridas durante as enchentes e há mais de 10 mil fora de casa.